Fugitivos de Mossoró denunciam agressão de policiais e dizem que foram humilhados

Os foragidos de Mossoró, que participaram de audiência de custódia nesta sexta-feira, dia 5, denunciaram policiais de agressão após serem detidos. Eles foram recapturados na quinta-feira, dia 4, a caminho de Marabá, no interior do Pará, após 50 dias de buscas.

Na foto após a prisão, é possível ver que Rogério tem um ferimento no rosto. Segundo a defesa, a lesão ocorreu após a captura. Com pouco mais de uma hora de duração, a audiência foi acompanhada por videoconferência pelo Ministério Público Federal e pela Defensoria Pública da União. Os detentos vão responder por falta disciplinar em decorrência da fuga.

Deibson Cabral Nascimento, 35 anos, disse só ter recebido ajuda de um amigo paraense. A defesa não se posicionou.

Com a fuga inédita de um presídio de segurança máxima, os detentos ganharam apoio da facção Comando Vermelho para escapar, segundo fontes da PF. Eles foram detidos em um comboio com três veículos, um fuzil e quatro comparsas.

Rogério negou ter apontado o fuzil na direção dos agentes antes de ser preso. “Ele disse que, se tivesse tido a chance de pegar o fuzil, não teria sido preso”, contou a advogada. Mas confirmou que um dos agentes atirou durante a abordagem.

Um dos agentes da PF que participaram da captura disse que Rogério fez menção de atirar com o fuzil.

Os fugitivos disseram, ainda, ter sofrido humilhações cometidas por policiais penais em revista após o retorno ao presídio. “Mandaram que ficassem de joelhos, como humilhação. Depois, os policiais penais ficaram fazendo chacota porque eles foram recapturados”, disse Flávia Fróes.

Buscas custaram mais de R$ 6 milhões

As buscas pelos dois fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró custaram R$ 6.094.889,60 ao governo federal, de acordo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Em média, o custo foi de R$ 121 mil por dia.

Dados fornecidos pelo Ministério da Justiça mostram que somente a Polícia Federal Rodoviária gastou R$ 3,3 milhões durante as buscas. O órgão foi seguido pela Força Nacional (R$ 1,4 milhão), Polícia Federal (R$ 665 mil) e Força Penal Nacional (R$ 625 mil).

Agora RN