O Rio Grande do Norte foi o segundo estado do País e o primeiro do Nordeste que mais reduziu a violência entre os anos de 2022 e 2023. Este é o dado mais recente do estudo feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, publicado nesta quinta-feira 18 no 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024.
Segundo o anuário, o RN conseguiu reduzir em 13,9% a taxa de mortalidade, ficando atrás apenas de Rondônia, que atingiu uma redução de 14,2%. O Paraná foi o terceiro, com queda de 12,8%.
Em números absolutos, 1.212 pessoas foram vítimas de mortes violentas intencionais (MVI) em território potiguar no ano de 2022, contra 1.043 mortes registradas ao longo do ano passado, ou seja, 169 vítimas a menos (-13,9%).
O MVI inclui todo os casos de homicídio doloso, feminicídio, morte em decorrência de confronto com agentes de segurança pública, latrocínio e lesão corporal seguida de morte.
Em todo o Brasil, o País teve, em 2023, queda pelo terceiro ano seguido no número de homicídios, segundo o Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Com isso, o País chegou ao menor patamar desde que a série histórica começou, em 2011, além de ser a primeira vez nesse período em que foram contabilizados menos de 47 mil óbitos.
Foram 46.328 homicídios no ano passado no Brasil, taxa de 22,8 casos para cada 100 mil habitantes. Isso equivale a uma queda de 3,4% ante o indicador do mesmo período de 2022.
CRIME SEXUAL
Por outro lado, o Brasil bateu recorde de casos de crimes sexuais e crimes sexuais de vulneráveis em 2023. Foram registrados quase 84 mil ocorrências, um aumento de 6,5% em relação a 2022. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, uma pessoa é vítima do crime a cada seis minutos.
No Rio Grande do Norte, o aumento foi ainda maior: 30%. O número de registros de estupro saltou de 954 para 1.242. No Nordeste, o RN é o 3º pior Estado em número de estupros, proporcionalmente. A taxa no RN foi de 37,6 casos por 100 mil habitantes em 2023, à frente apenas de Sergipe (45,5) e Piauí (47,9). O melhor estado do Brasil, e consequentemente do Nordeste, é a Paraíba (14,6).
O perfil das vítimas é composto por meninas (88,2%), negras (52,2%), de no máximo 13 anos (61,6%) e em 84,7% das vezes os agressores são familiares ou conhecidos, que cometem a violação nas próprias residências das vítimas (61,7%). As vítimas de até 17 anos compõem 77,6% de todos os registros, segundo o estudo. l